Slow Photography por @mabo.borges
17 DE AGOSTO DE 2024
"Fotografia lenta" é uma prática adotada por muitos entusiastas ao redor do mundo, buscando desacelerar os padrões sociais atuais em que estão inseridos, como uma forma de se reconectar com seu próprio tempo. No primeiro 'Analog Journal Artists', Manu Borges explana como vivencia esse estilo de vida.
A fotografia analógica é uma prática que nos convida a desacelerar e a viver os momentos. Em um mundo saturado de estímulos e exigências constantes, onde o imediatismo nos mantém sempre conectados a multitarefas, é fácil se perder na correria diária. Nossa mente está frequentemente sobrecarregada com a próxima tarefa, o trabalho urgente, a lista de supermercado, os afazeres de casa e os problemas a serem resolvidos.
Nesse cenário, a fotografia analógica surge como um refúgio, um convite a parar e se reconectar com o presente. Ao usar uma câmera analógica, cada clique é uma oportunidade de se concentrar com aquele momento. Com apenas 36 exposições (ou 24, dependendo do filme), você precisa pensar no que capturar. A ausência de visualização imediata obriga uma reflexão mais profunda e uma maior atenção ao que está sendo fotografado.
Você não está apenas registrando uma imagem, está imergindo na experiência do instante. Ajustar a abertura do diafragma e a velocidade, fazendo tudo isso conversar com o ISO do filme, pensar na composição e no foco exige uma total concentração. A lista de tarefas e os prazos se dissipam, dando lugar ao único objetivo de capturar a cena e seu sentimento da melhor forma possível. Cada decisão sobre como capturar a luz, os movimentos e os detalhes é feita com calma e intenção.
E o processo não termina com o clique. A revelação do filme, a digitalização das imagens e o armazenamento dos negativos são etapas que demandam paciência e atenção. Isso é slow photography, nos ensina a valorizar cada etapa, a saborear o processo e a nos conectar profundamente.
É por isso que eu amo a fotografia analógica. Ela me força a desacelerar, a mergulhar na experiência do momento e a me conectar de forma mais genuína com o mundo ao meu redor. Em um ritmo de vida frenético, a fotografia analógica é um lembrete precioso de que também precisamos parar e simplesmente estar presente.
